A escola surgiu antes de 1950 na localidade do “Morro do Boi”, pertencente ao município de Camboriú, e atendia os filhos de agricultores moradores na localidade.
Neste período localizava-se na estrada geral da Barra, próximo à olaria do senhor Adelino Linhares, numa construção de madeira, chamava-se ‘ESCOLA ESTADUAL DO MORRO DO BOI’. Devido às influências políticas partidárias os professores não exerciam suas funções durante muito tempo, ocorrendo à substituição dos mesmos freqüentemente.
A escola só atendia alunos até o 3º ano primário. Foi então, que a comunidades iniciou uma campanha para a implantação do 4º ano, pois os estudantes que queriam continuar seus estudos necessitavam se deslocar até o Colégio José Arantes, o qual estava muito distante do local.
A luta da comunidade em busca dos seus direitos foi alcançada somente 8 anos depois, em 1956.
Por volta de 1953, a escola foi transferida para a casa da professora Doralice Bernardes na atual Rua José Alves Cabral em frente à Rua José Honorato da Silva, onde funcionou por alguns anos. Na escola não existe nenhum tipo de documento desta época.
Nos anos de 1954 e 1955, notamos pelo quadro de matrículas, que a escola possuía uma pequena quantidade de alunos, funcionando até o 3º ano. Em meados de outubro de 1955, mais precisamente no dia 18, dos 44 alunos matriculados na escola somente 07 compareceram às aulas, devido à ocorrência de um surto de sarampo e coqueluche na localidade.
O ano de 1956 marcou a escola e a comunidade local quando foi implantado o 4º ano que iniciou com 08 alunos. A luta encampada pela comunidade oito anos antes, agora estava se concretizando. Notamos que, pela quantidade de alunos existente no quadro de matrícula neste ano a escola começou com o segundo turno.
Foram anos bastante difíceis, mas por outro lado, gratificantes para a professora Doralice Linhares Bernardes, devido à escassez de materiais didáticos e de expediente, entraves esses que foram superados devido ao seu compromisso com a educação, segundo o relato do Inspetor Escolar Artur Sidmann os alunos em geral possuíam um “bom aproveitamento”. A professora lecionou na escola até 1962.
A partir de 1959, com a formação dos “Pelotões” da Saúde e da biblioteca Escolar, a Liga Pró-Língua Nacional e a Caixa Escolar, Campanhas para Vacinação (1962), nota-se que a escola já procurava, na medida do possível, cumprir com sua função social de promover o pleno desenvolvimento do educando, preparando-o para o exercício da cidadania.
Em 1961 a comunidade do bairro novamente se uniu, agora para lutar pela construção de uma escola maior, a qual atendesse toda a clientela do local. Essa luta foi alcançada alguns anos depois.
No ano de 1964 não existe nenhum registro de visita do inspetor escolar, portanto não conseguimos coletar nenhum dado a respeito de professores e alunos da escola neste ano. Foi no dia 30 de março de 1964 que os militares deram o golpe e derrubaram o governo do Presidente João Goulart e implantaram a ditadura militar no país.
Em 1968 a escola já estava funcionando na Rua José Alves Cabral ao lado do atual mercado Nova Esperança, numa construção de madeira pré-fabricada e com tábuas atravessadas. Neste local funcionou até o ano de 1978 quando caiu.
A escola funcionou provisoriamente, durante um determinado tempo, em uma casa alugada na Rua José Alves Cabral antes do entroncamento com a Rua José Honorato da Silva.
Ainda no ano de 1978 ficou pronta a construção da nova escola na Rua José Honorato da Silva, número 32 onde se encontra atualmente. A nova escola foi construída em alvenaria e possuía uma ampla sala de aula, WC, depósito e cozinha e um pátio bastante amplo para os alunos.
Em 1983 a comunidade escolar foi novamente chamada para lutar junto com a escola, agora lutavam pela transformação da escola em grupo escolar e pela troca do nome da escola. A Associação de Pais e Professores se engajou na luta, apoiando e buscando um nome entre os moradores do bairro para a escola. Escolheu-se então o nome de “Grupo Escolar Ruizélio Cabral”.
Em 1984 através da Portaria E/0173/84, ocorreu à transformação da escola “Grupo Escolar Ruizélio Cabral”. Ainda neste foram ampliadas às instalações físicas da escola em mais duas salas de aula, um depósito e uma sala para os professores.
Mais tarde, através de promoções com a Associação de Pais e Professores e colaboração da comunidade local foi construída uma cozinha maior. Em 1992, foi municipalizada passando a responsabilidade de dirigir a escola para o governo municipal, neste ano a escola foi reformada e feita a cobertura de uma área para o recreio.
No ano de 1997, a comunidade reuniu-as novamente buscando uma solução quanto ao problema dos alunos que terminavam a 4ª série na escola e tinham que se deslocar ao Bairro da Barra ou até as escolas localizadas no centro, as quais estão situadas a uma distancia de 6 km. Após algumas reuniões, decidiram reivindicar a implantação de uma escola básica, pedido este que não foi atendido pelo governo municipal.
Em 1998 a escola voltou a ser dirigida pelo Governo Estadual, e imediatamente foi montado um processo pedindo autorização ao Conselho Estadual de Educação para a implantação de uma Escola Básica, o qual foi deferido pelo Parecer 139/98, conforme Portaria E/246 de 01/04/98..
Este parecer autorizou o funcionamento de 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental no período diurno de forma gradativa a partir de 1998, o que realmente se efetivou no dia 30 de março desse mesmo ano, conforme Portaria E/246 de 01/04/98.
No ano de 1998 a escola funcionou com três turnos para atender a clientela do bairro que recebia e continua a receber muitas famílias de outras regiões do Estado, como também dos estados do Rio Grande do Sul e do Paraná.
Pela Portaria E/0017 SED, de 28/03/00, foi alterada a identificação para Escola de Ensino Fundamental por atender alunos do Ensino Fundamental. D.O. Nº. 16.387 de 05/04/00.
No mês de abril de 2001, realizou-se uma reforma e ampliação da escola, com mais duas salas de aula, secretária, área coberta e sanitários.
No ano de 2001, a escola formou a sua primeira turma de 8ª série. Em 2006 foi implantado o Ensino Médio nessa Unidade Escolar e alterada a nomenclatura para Escola de Educação Básica Ruizélio Cabral.
Buscando cumprir com sua função social, a escola no ano de 2001 buscou parceria com o Centro de Educação de Jovens e Adultos (SEJA) de Itajaí. A escola forneceu as salas de aula e o SEJA os professores para a implantação de duas salas de aula do Tele Curso 2000 no período noturno, uma do Ensino Médio e outra de Ensino Fundamental. Em 2006 foi implantado o Ensino Médio nessa Unidade Escolar e alterada a nomenclatura para Escola de Educação Básica Ruizélio Cabral.
Afinal, quem foi Ruizélio Cabral?
Ruizélio Cabral, nasceu no dia 23 de dezembro de 1955, na localidade do Morro do Boi, no município de Camboriú, atualmente Bairro Nova Esperança, Balneário Camboriú.
Foi o segundo filho do comerciante Pedro Alves Cabral e sua esposa Maria Rocha Cabral. Teve como irmãos Rudis, Rosimeri, Rosimar e Pedro. Sua vida escolar foi iniciada em 1963, na Escola Isolada Desdobrada do Morro do Boi, onde cursou até o quarto ano primário, destacando-se dos colegas e perante os professores, devido ao grande espírito de companheirismo e lealdade eu lhe era nato.
Ao ingressar no curso ginasial freqüentou o atual Colégio Estadual Presidente João Goulart, onde novamente teve um grande número de amigos.
Em Itajaí, no Colégio Salesiano, cursou o segundo grau. Após muito esforço e dedicação em 1979 iniciou sua vida universitária na então Fundação Universitária da Região de Blumenau- FURB.
Ela foi curta e fatalmente interrompida aos 25 anos, no dia 28 de julho de 1980 com um acidente automobilístico, quando percorria o trajeto para a faculdade onde cursava o 2 ano de Engenharia Civil.
Ruizélio, sempre ajudou o pai no mercado e no corte de pedras. Era um jovem simples, comunicativo e extrovertido que organizava os campeonatos de futebol no bairro.
Tinha em cada morador da localidade do Morro do Boi, um amigo, um companheiro com o qual ele conversava, jogava futebol e se divertia.
Sua brusca morte marcou profundamente os seus familiares e os moradores do bairro. Escola e amigos uniram-se no desejo de perpetuar o seu nome, e lhe renderam esta homenagem ao colocar o seu nome na escola.
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